Turismo e alternativa a crise na Serra da Capivara

OESP, Geral, p.A12 - 04/06/2004
Turismo é alternativa à crise na Serra da Capivara
Niède Guidon busca recursos para a conservação dos sítios arqueológicos
KARLA DUNDER
A Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) busca parceiros e apoio para transformar o Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Donato, no Piauí, considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco e um dos mais importantes sítios arqueológicos do mundo, em um grande centro turístico. A arqueóloga e diretora da Fumdham, Niède Guidon, afirma que espera captar recursos pela Lei Rouanet - os investimentos podem ser abatidos do Imposto de Renda - e o valor aprovado foi de R$ 7,5 milhões.
Segundo Niède, empresas estatais como a Petrobrás e os Correios estudam dar apoio ao parque, mas até agora nenhum recurso foi liberado, nem do orçamento. "Segunda-feira temos de pagar os salários dos 28 funcionários, não sei como faremos isso. Para manter a infra-estrutura do parque e cerca de 140 funcionários, que seria o ideal, precisamos de uma verba de R$ 230 mil por mês. Sem apoio, isso é impossível", explica a arqueóloga.
"Realizamos uma série de pesquisas em diferentes parques nacionais em todo o mundo e observamos que parques como o da Serra da Capivara são muito lucrativos, geram renda para a região e muitos empregos." Essa é a aposta da antropóloga para atrair recursos financeiros para o local. "As obras para a construção de um aeroporto já começaram, a inauguração está prevista para o ano que vem e um grupo italiano deve dar início à construção de quatro hotéis. O propósito da fundação é usar esses recursos para preservar a fauna e flora e conservar os sítios arqueológicos, a nossa principal preocupação."
Além das pinturas rupestres, o parque conta com um museu, um palco instalado em um anfiteatro natural e está em estudo o projeto Arqueópolis, uma espécie de parque temático, onde os turistas conhecerão como os homens primitivos viviam.
O investimento no turismo é uma alternativa à crise. No mês passado, sem o repasse de verbas do governo, Niède foi obrigada a demitir 79 funcionários, que cuidavam de uma área de 100 mil hectares e de 735 sítios arqueológicos, alguns dos mais importantes do mundo. Desde dezembro, data da última verba federal, o parque é mantido pelos recursos próprios da Fumdham.

OESP, 04/06/2004, p. A12
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