Projeto prevê uso da casca do crustáceo na produção de quitosona
Gestores e comunidade da
Reserva Extrativista (Resex) Cassurubá, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), na Bahia, acabam de dar os primeiros passos para a execução de projeto sobre o aproveitamento de resíduos de camarão.
O camarão é pescado na reserva e comercializado pelos moradores. A ideia é aproveitar as cascas e cabeça, que normalmente sobram após o processo de limpeza que antecede a venda, para uso na produção de quitina e quitosona.
A quitosana é uma fibra de origem marinha, encontrada principalmente no exoesqueleto de crustáceos. Produzida a partir da quitina, ela é muito utilizada pelas indústrias farmacêutica e alimentícia na absorção de óleos e gorduras, principalmente em dietas para emagrecimento.
Em busca de financiamento
O projeto foi discutido, pela primeira vez, na semana passada, durante reunião na sede regional do
Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene), em Caravelas (BA), entre representantes da Resex, do Centro e da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
Na abertura do encontro, os professores Marcelo Ehlers Loureiro e Anders Schmidt, da UFSB, apresentaram o
edital lançado pela organização Brazil Foundation, que apoia projetos sociais no País, como uma oportunidade de financiamento do projeto da Resex.
O projeto, que teria a participação dos moradores da reserva, em especial da Associação da Comunidade da Barra de Caravelas, do Cepene e da UFSB, se soma ao trabalho já desenvolvido por estudantes residentes na Resex de aproveitamento da casca do camarão para a produção de farinha.
Conhecimento e geração de renda
Os gestores da reserva consideraram o projeto uma "possibilidade única" para conciliar estímulo educacional, produção de conhecimento científico, geração de renda, práticas ambientalmente sustentáveis e fortalecimento comunitário.
Já os representantes do Cepene demonstraram total interesse em apoiar a proposta. Eles chegaram a colocar à disposição dos pesquisadores os laboratórios da instituição para o desenvolvimento dos trabalhos que demandem maior estrutura técnica.
Ao final do encontro, ficou acertado que a Associação da Barra de Caravelas, que tem status de organização da sociedade civl, e a UFSB vão preencher conjuntamente o edital, com o objetivo de concorrer ao financiamento para viabilizar o projeto.
http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/4-destaques/7372-reserva-na-bahia-quer-aproveitar-residuos-de-camarao.html
Desenvolvimento Sustentável
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