Incêndio em Itatiaia já destruiu 500 hectares

Incêndio em Itatiaia já destruiu 500 hectares
Diretor de parque classifica situação como grave. Focos estão reacendendo, diz brigadista

Dicler Simões

O diretor do Parque Nacional de Itatiaia, Walter Behr, disse ontem, após sobrevoar a região à tarde, que o incêndio que atinge o alto da reserva destruiu, em três dias, 500 hectares. A área atingida, equivalente a 500 campos de futebol, corresponde a 2,5% do total do parque.

Distância é obstáculo para os aviões antifogo
Das nove frentes de fogo, as equipes de mais de 170 bombeiros, brigadistas do Ibama e soldados da Academia Militar das Agulhas Negras se concentravam ontem sobre dois grandes focos. Um deles avançava pelo lado norte do Maciço de Itatiaia e ameaçava a região de Macenas, onde começa a parte de Mata Atlântica, e o outro, 15 quilômetros distante, seguia em sentido contrário, na direção da Serra Negra, na área de Minas Gerais.

Dois aviões do PrevFogo do Ibama de Minas começaram a lançar água sobre os dois grandes focos. Mas cada ida e volta ao Aeroporto de Resende, distante 40 quilômetros, para o abastecimento com 4,5 mil litros de água, durava quase uma hora. Também foram feitos lançamentos sobre as nascentes do Rio Aiuruoca, a noroeste do Pico das Agulhas Negras, e na região de Serra Negra, do lado mineiro do parque.

Para Behr, a situação é grave. Segundo ele, os aviões não poderão combater o fogo na Serra Negra. A região é formada de montanhas e grandes penhascos, numa altitude de 2.500 metros, considerada de alto risco para operações aéreas.

Tem muito material combustível. O fogo está reacendendo em locais onde as chamas já tinham sido apagadas - disse o coordenador do PrevFogo, Flávio Luiz da Silva.

Ontem à noite, 30 homens faziam a proteção da Pousada Alsene, dois quilômetros a norte do pico. Eles impediam também que as labaredas de até cinco metros de altura atingissem a vegetação do lado oposto da estrada.

Segundo Behr, no maior incêndio da história do parque, em 1988, quatro mil hectares foram destruídos em nove dias.

O Globo, 24/08/2007, Rio, p. 26

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