Governo quer incentivar turismo em parques com parceria privada

Câmara dos deputados - www2.camara.gov.br - 13/07/2010
O Instituto Chico Mendes (ICMBio) prevê que, até o final do ano, serão firmados contratos de concessão para a exploração turística de até 11 parques nacionais brasileiros, com o objetivo de incentivar o turismo local e atrair os visitantes durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

"Queremos ampliar a visitação e o uso público desses parques, trazendo para eles os bons usuários, que têm consciência de que a conservação é importante para manter o espaço de recreação e lazer", disse o diretor Proteção Ambiental do ICMBio, Julio Gonchorosky. Ele participou nesta terça-feira do Seminário Ano Internacional da Biodiversidade, realizado pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Pelo sistema de concessão, as empresas poderão explorar passeios, trilhas, hospedagem e alimentação nos parques, atraindo os turistas. A administração e a fiscalização do parque continuam sendo atribuição exclusiva do governo.

O diretor informou que já foi encerrada a licitação para o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, e que estão em andamento as propostas para os parques da Serra dos Órgãos e da Tijuca, no Rio de Janeiro; de Itatiaia, na divisa entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro; de Abrolhos, na Bahia; e de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Também devem ser incluídos na lista os parques da Serra do Cipó, em Minas, e da Chapada do Guimarães, em Mato Grosso.

Invasão biológica
O seminário discutiu ainda a invasão biológica causada por espécies exóticas, que é a segunda maior causa de perda de biodiversidade do mundo e causa prejuízos à agricultura e à produção.

As espécies exóticas invasoras são animais ou plantas que chegam ao País e tomam conta do ambiente, prejudicando as outras espécies. É o caso do mexilhão dourado, que entrou no Brasil trazido por navios e hoje causa prejuízos para hidrelétricas, pois fica incrustado em estruturas das turbinas e em tubulações de condução de água potável.

"Estima-se um prejuízo de 1,4 bilhão de dólares (cerca de R$ 2 bilhões) causados por espécies invasoras, contabilizando-se apenas a perda de produção, sem levar em conta a questão social", disse Sílvia Ziller, diretora-executiva do Instituto Horus, organização não governamental que trata do problema. Para a diretora, é fundamental que se invista na análise do risco de introduzir espécies novas no ecossistema e no controle das fronteiras, a fim de prevenir a invasão biológica antes que ela aconteça.

A gerente de Recursos Genéticos do Ministério do Meio Ambiente, Vivian Beck Pombo, disse que o ministério tem buscado fomentar o uso econômico das espécies nativas, para evitar a contaminação, especialmente na piscicultura. "Temos uma biodiversidade pesqueira enorme que deve ser incentivada", disse a diretora.

De acordo com o gerente de Biodiversidade Marinha do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Gallucci, cerca de 4,5 mil espécies exóticas com potencial invasor transitam pelo mundo por meio da água de lastro dos navios, usada para contra-peso. A coordenadora de Projetos Ambientais da Secretaria Especial de Portos, Mônica Nunes, explicou que o controle da água de lastro não é competência do órgão, mas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Marinha.

O seminário que avalia temas que estarão na pauta da Conferência das Partes (COP-10) sobre Biodiversidade, a se realizar em outubro, no Japão, prossegue nesta quarta-feira no plenário 2.

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