Faltam brigadistas em unidades de conservação

OESP, Vida, p. A13 - 04/08/2008
Faltam brigadistas em unidades de conservação

Luciana Nunes Leal, Brasília

O técnico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Alberto Setzer, responsável pelo monitoramento dos focos de calor que indicam existência de queimadas, segue com apreensão os boletins do Ibama sobre fogo em unidades de conservação. Na semana passada, quatro estavam em "alerta vermelho": Parque Nacional da Serra da Canastra (MG), Estação Ecológica Serra Geral (TO), Parque Nacional dos Pacáas Novos (RO) e Parque Nacional de Itatiaia (RJ).

O boletim registrava ainda 16 alertas amarelos, que indicam existência de focos de calor, mas falta de brigadistas e fiscais para comprovar o incêndio no local. "A unidade apresenta problemas operacionais para realizar a verificação dos focos detectados", repete o boletim em vários casos. Em outros, mudam apenas os termos: "Os locais das detecções de focos serão verificados quando houver fiscalização do Ibama na região".

"A existência de queimadas em unidades de conservação é lastimável", disse Setzer. "Os focos são sempre de origem humana, o fogo não começa sozinho. Muitas queimadas começam nas bordas dos parques e se alastram, mas há muitos casos em que começam dentro das unidades. São provocadas por pescadores ou caçadores, às vezes em áreas com questões fundiárias mal resolvidas."

Na quinta-feira, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, também mostrou preocupação. "Os dados mostram que 22% do desmatamento ocorreu em unidades e conservação e reservas indígenas. Isso nos preocupa. São áreas sob nossa responsabilidade", afirmou. Minc disse que a contratação de brigadistas será fundamental no controle das queimadas este ano. "A Amazônia não vai virar carvão."

Segundo Elmo Monteiro, coordenador do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), além das campanhas de prevenção e da contratação de brigadistas, será intensificada a fiscalização e a aplicação de multas, que variam deR$ 500 a R$ 5.000 por hectare queimado. Nos casos mais graves, os responsáveis ficam sujeitos a prisão de um a quatro anos.

OESP, 04/08/2008, Vida, p. A13
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