Descoberta no Amapá nova espécie de peixe

Conservation International - www.conservation.org.br - 19/04/2007
O pequeno peixe Phenacogaster apletostigma demonstra a riqueza biológica do Estado do Amapá e a importância das ações para a conservação dos recursos naturais na região amazônica

A mais recente edição da Revista Brasileira de Zoologia, publicada em março de 2007, anuncia uma nova espécie de peixe descoberta no Amapá. O Phenacogaster apletostigma, descrito pelas pesquisadoras Zilda Margarete de Lucena, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, e Cecile Gama, do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (IEPA), foi registrado como uma espécie endêmica (encontrada apenas naquela região) e coletado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru e na Floresta Nacional do Amapá.

Até a publicação do artigo Phenacogaster apletostigma, nova espécie de peixe no Estado do Amapá, Brasil, somente dez espécies do gênero Phenacogaster eram conhecidas. Outras dez espécies do mesmo gênero estão em fase de descrição, o que aumentará para 21 o número total de espécies do gênero classificadas pela ciência.

Aqui no Amapá, pelo menos no que se refere a peixes, não há muitas informações devido aos poucos estudos realizados na área. E a pesquisa científica é muito importante para o reconhecimento de nossos potenciais de conservação e a divulgação do Amapá e seu Corredor de Biodiversidade. Encontrar uma espécie nova e rara, que só existe aqui, justifica a existência das áreas protegidas, pertencentes ao Corredor, e a criação de novas unidades de conservação no Estado, explica Cecile Gama, co-autora do artigo e pesquisadora do IEPA.

O nome da nova espécie apletostigma - é fruto da fusão das palavras gregas apletos (imensa) e stigma (marca) e faz referência à grande mancha em sua porção lateral, que o diferencia das demais espécies do gênero. A identificação do peixe, que tem em média 33 mm, demonstra a importância de se realizar pesquisas científicas no Amapá, uma das áreas mais ricas e menos estudadas da Amazônia.

Este tipo de descoberta amplia o conhecimento sobre a ictiofauna (conjunto das espécies de peixes) amazônica, que é considerada por especialistas como a mais rica do planeta, e contribui para que a biodiversidade das unidades de conservação do Amapá seja mais bem conhecida e protegida. Muito ainda há para se descobrir nestas áreas, afirma Enrico Bernard, Gerente do Programa Amazônia da Conservação Internacional (CI-Brasil) e coordenador do Programa de Inventários Biológicos do Amapá, realizado de 2004 a 2006.

Os exemplares do novo animal foram coletados em expedições científicas realizadas à RDS do Rio Iratapuru e à Floresta Nacional do Amapá, que integraram o programa de expedições a vários ecossistemas amapaenses. Este projeto resultou na promoção de 11 viagens de campo a unidades de conservação do Amapá três à RDS do Rio Iratapuru, duas à Floresta Nacional do Amapá e cinco ao Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque - e ao cerrado do Estado. Segundo Enrico Bernard, um grande volume de resultados das expedições deverá ser publicado em artigos científicos a partir deste ano. O processo de elaboração deste tipo material demanda tempo e o envolvimento de profissionais qualificados, completa.
UC:Geral

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Amapá
  • UC Rio Iratapuru
  • UC Montanhas do Tumucumaque
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.