Floresta Nacional de Carajás é palco para a ciência

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 22/06/2009
A sala de aula para 19 alunos e quatro professores da disciplina Ecologia no Campo, do Mestrado em Zoologia da Universidade Federal do Pará, que é desenvolvido em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi, é exatamente a imensidão exuberante da Floresta Nacional (Flona) de Carajás, no estado paraense. Apesar de já terem ocorrido outros cursos de capacitação no ambiente da Unidade de Conservação (UC), segundo o chefe da floresta, Frederico Martins, esta é a primeira experiência com estudantes de mestrado.

Tudo começou quando o chefe da Flona de Carajás e o professor da disciplina, Selvino Neckel, se encontraram durante um evento de apresentação dos estudos de similaridade da Savana Metalófila de Carajás. O professor atua como consultor e pesquisador dessa frente de pesquisa, e depois de conversar com Frederico sobre os estudos, acabaram tendo a idéia de oferecer a matéria do mestrado na própria floresta. "Assim que estipulamos toda a dinâmica para viabilizar a parceria, entramos em contato com a multinacional Vale, que nos deu todo apoio logístico para que a disciplina pudesse ser ministrada", explica Martins.

Este ambiente prático vai proporcionar resultados imprescindíveis para a formação científica dos mestrandos e, ainda, como ressalta Frederico Martins, redundará em impactos extremamente positivos no que diz respeito à UC. "Os alunos desenvolveram projetos que poderão gerar informações importantes para o manejo da floresta, como, por exemplo, o estudo de sucessão ecológica em áreas de de recuperação ambiental."

No caso da disciplina Ecologia no Campo, a experiência é apenas um piloto do que pode ser implantado de agora para frente. Inclusive, as notícias do que está sendo planejado são muito boas. "Estamos trabalhando para estabelecer essa matéria anualmente. Com isso, deveremos ampliar a participação. Poderemos até indicar servidores para participarem da disciplina como alunos", revela o chefe da Flona de Carajás.

E esse cenário é algo que deve ser ainda melhor dentro de um contexto de intenso e tradicional intercâmbio científico entre a floresta e o mundo acadêmico. Frederico Martins relata a existência de várias pesquisas na unidade, sobretudo nas áreas de Geologia e Biologia. "Bons exemplos são o monitoramento de fauna atropelada, os estudos de similaridade da Savana Metalófila, monitoramento de fauna em área adjacente aos empreendimentos de mineração, programa de conservação do gavião real, programa de conservação da arara azul, manejo sustentável do jaborandi, além de levantamentos de fauna e flora, para subsidiar estudos de impacto ambiental," detalha.

Toda essa interação entre ciência e gestores ambientais, para Martins, é muito positiva para a qualidade dos trabalhos de conservação do meio ambiente. "Acho fundamental, e de acordo com os objetivos da Unidade de Conservação, há, assim, a diversificação do uso da Flona e a ampliação da função social dela," conclui e acrescenta que "esta aproximação do Instituto Chico Mendes com a academia é estratégico para a conservação da biodiversidade."

Curiosidade - O Museu Paraense Emílio Goeldi é vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia e, no caso da Zoologia, tem por objetivo fazer o inventário da fauna amazônica, a análise de sua distribuição geográfica, comportamento, relação com o ambiente e relação de parentesco entre as espécies. A partir dessa missão, a instituição pretende melhorar a compreensão da região amazônica e dar subsídios à elaboração de planos de conservação do meio ambiente e manejo de fauna. Para saber mais acesse www.museu-goeldi.br
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