Guias orientam visita a parques de Minas Gerais

http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_2/2008/04/26/em_noticia_interna,id_sessao=2&id_noticia=60663/em_noticia_interna.shtml - 28/04/2008
Viajantes e admiradores das belezas naturais de Minas acabam de ganhar um importante aliado para desbravar territórios e descobrir riquezas pouco exploradas no estado. Dois guias ecológicos lançados na sexta-feira, no 2o Congresso Mineiro de Biodiversidade (Combio), no Expominas, em Belo Horizonte, revelam os encantos e os atrativos de dois parques estaduais: o do Ibitipoca, na Zona da Mata, com suas cavernas, cachoeiras, grutas e despenhadeiros; e o Rio Preto, no Vale do Jequitinhonha, que abriga espécies raras da fauna e da flora típicas do cerrado ainda preservadas na única cordilheira do Brasil, a Serra do Espinhaço.

As publicações, feitas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), trazem uma série de informações sobre a biodiversidade das unidades de conservação, a localização de atrativos naturais, dicas de trilhas, mirantes e pontos de apoio, os principais acessos aos parques, as cidades do entorno e serviços úteis a visitantes e pesquisadores, como alojamentos, hotéis e restaurantes. Os guias ainda dedicam várias páginas à conscientização do público e à educação ambiental, com apresentação das regras de circulação na área e restrições à retirada de plantas, sementes, frutos e rochas da unidade, assim como orientações de manuseio do lixo produzido durante o passeio.

Numa prova de que faz jus ao nome Ibitipoca - expressão em tupi-guarani que significa "casa de pedra" -, o parque abriga, numa área de quase 1,5 mil hectares, um deslumbrante patrimônio natural formado pela Ponte de Pedra, Gruta dos Três Arcos, Pico do Pião, Cachoeira da Pedra Furada, Lagoa Seca e Janela do Céu, entre outros. Além de traçar roteiros e circuitos para que nenhuma dessas belezas passe despercebida, o guia ajuda o visitante a identificar algumas das 210 espécies de aves e 40 de mamíferos que vivem na unidade de conservação. O público de mais de 30 mil pessoas que percorre a reserva a cada ano ainda pode se encantar com as riquezas da flora, representada por 541 espécies vegetais.

Rio Preto

Os troncos retorcidos das árvores do cerrado e as delicadas flores da sempre-viva são alguns dos símbolos do Parque Estadual do Rio Preto e encontrados, com abundância, nos mais de 10 mil hectares da reserva inserida no complexo da Serra do Espinhaço. Em 63 páginas ilustradas com belas paisagens, o guia também apresenta espécies criticamente ameaçadas de extinção, como o tatu-canastra, a jaguatirica e o veado-campeiro, que encontram refúgio nessa mata. Além do roteiro das pinturas rupestres, a publicação traz um atrativo curioso - a caminhada da lua cheia, com direito a paradas para os "causos" e lendas da região.

Em junho, o IEF deve lançar o guia ecológico do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça e, até 2010, das unidades de conservação Sumidouro, Serra do Intendente, Serra do Papagaio, Serra do Cabral e Pico do Itambé. "Os guias são uma radiografia completa da infra-estrutura, da fauna e da flora dos parques. Eles serão distribuídos nos escritórios do IEF, em escolas, universidades e eventos de meio ambiente para serem uma fonte de pesquisa para a população interessada em conhecer essas áreas. Além de apresentar os atrativos, ensinamos as pessoas a cuidar melhor desses espaços", disse o gerente de Gestão de Áreas Protegidas, Roberto Alvarenga. Está em estudo a comercialização da publicação em livrarias e bancas.

Fiscalização

O quarto dia do Combio teve sexta-feira, como ponto alto das discussões, uma proposta de reformulação do modelo de fiscalização das áreas verdes protegidas no estado. A meta é incluir ações de educação ambiental nas atividades dos 1,2 mil homens da Polícia Militar de Meio Ambiente e dos 600 técnicos do IEF. "Essa é uma reflexão sobre o sistema de guarda-parques das unidades, pois a fiscalização precisa deixar de ser apenas repressiva. O ideal é que as comunidades, muitas vezes habitantes do local antes mesmo da implantação do parque, tenham seus interesses respeitados. Para isso, é preciso envolver essas pessoas para que elas se tornem parceiras dos gerentes e dos outros atores da fiscalização", afirmou o diretor de Monitoramento e Fiscalização Ambiental do IEF, Eduardo Martins.
UC:Parque

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