Preservação de sítios terá US$ 4,5 milhões
Acordo entre governo, Unesco e ONGs vai beneficiar 5 áreas de patrimônio natural
BRASÍLIA - Mesmo reconhecidos pela Unesco como patrimônios da humanidade, sete sítios naturais brasileiros carecem de recursos para garantir a preservação de sua biodiversidade. É o caso das áreas onde estão as Cataratas do Iguaçu, o Pantanal e o Monte Pascoal. O Ministério do Meio Ambiente, sem recursos e pessoal, apelou para organizações não-governamentais e entidades internacionais para atenuar os problemas enfrentados pelos paraísos ecológicos.
O governo assinou ontem acordo que vai garantir US$ 4,5 milhões (R$ 13,5 milhões), nos próximos quatro anos, para entidades sem fins lucrativos que atuam na preservação do Parque Nacional do Jaú, no Amazonas, das reservas de Mata Atlântica de São Paulo e Paraná, da Costa do Descobrimento, na Bahia e no Espírito Santo, e da área de preservação pantaneira, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ficaram para uma segunda etapa os sítios das ilhas atlânticas (Fernando de Noronha e Atol das Rocas) e da Chapada dos Veadeiros e Parque das Emas, em Goiás.
O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, reconheceu que o dinheiro não é suficiente para os programas que estão sendo tocados nos sítios naturais. "É preciso considerar que o programa envolve uma área de 3,2 milhões de hectares", disse. O programa repassará dinheiro, por meio de edital, a entidades que desenvolvem projetos de treinamento de pessoal, educação e conscientização ambiental, proteção da biodiversidade e desenvolvimento sustentável com comunidades locais.
A ativista Denise Hamú, secretaria-geral da WWF-Brasil, uma das parceiras do ministério, avaliou que as condições dos parques naturais brasileiros são diferentes. A maior ameaça ocorre nas reservas da Bahia, onde imobiliárias e plantadores de eucalipto ajudam na devastação das áreas de Mata Atlântica.
Outros parques, como o Iguaçu e o Jaú estão em melhores condições de preservação.
O representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, disse que o acordo pode ajudar a transformar os sítios em atrações turísticas. "O Brasil está aprendendo a mostrar sua grande riqueza natural." Presente ao evento de anúncio da parceria, o presidente do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis (Ibama), Marcos Barros, não soube informar quanto o governo gasta na preservação dos parques. Barros ressaltou que o Ibama espera a abertura de novos concursos públicos para preencher cargos vagos em suas 250 unidades de preservação. Das 930 vagas que deverão ser abertas nos próximos meses, 30% serão destinadas às reservas mantidas pelo instituto.(L.N.)
OESP, 13/08/2004, p. A15
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