Imazom mostra recursos disponíveis nas florestas

O Liberal - www.orm.com.br - 11/08/2010
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou ontem um relatório técnico que mostra que há, sim, formas possíveis de praticar extrações altamente rentáveis na Amazônia sem deixar de lado a questão da sustentabilidade.

O estudo - primeiro do gênero feito na área - trata sobre o potencial econômico nas Florestas Estaduais (flotas) da Calha Norte (que incluem a Floresta do Paru, a Floresta de Faro e a Floresta de Trombetas) em relação à exploração de madeira e coleta castanha-do-brasil, e revela que a prática pode, durante os próximos 20 anos, gerar nada menos que uma receita de R$ 4,4 bilhões e quase nove mil empregos diretos. E isso baseado em cálculos utilizando valores abaixo da média, de acordo com o pesquisador sênior do Imazon, Adalberto Veríssimo, um dos autores do relatório.

"Fomos bem cautelosos nesse trabalho e até um pouco conservadores porque não usamos valores de teto ou média, consideramos sempre o mínimo. E fizemos isso de propósito, para que outros valores venham como lucro, e na prática, virão, os números serão bem maiores. A madeira, por exemplo, tem subido 14% ao ano, e no cálculo que fizemos, tomamos como aumento de base apenas 8%. A gente queria uma coisa bem pé no chão mesmo", explica Veríssimo.

O relatório faz estimativas para o período compreendido entre 2011 e 2030, apresentando uma possibilidade de arrecadação de R$ 4,4 bilhões por conta da extração da madeira (R$ 4,219 bilhões) e da coleta de castanha (R$ 181,5 milhões), além da geração de 8.986 empregos diretos. Nesses 20 anos, a receita destinada aos governos federal, estadual e municipal giraria em torno de R$ 887 milhões (o que representa apenas 20% do faturamento bruto da atividade). Vale ressaltar que a Amazônia brasileira é a terceira maior região produtora de madeira tropical (perdendo apenas para 1- Malásia e 2- Indonésia) e gerou 200 mil empregos diretos em 2009 com receita bruta de quase R$ 5 bi.

O trabalho não é uma novidade ou algo que surgiu de última hora. O Imazon trabalha nisso desde 2006, quando iniciou a criação de Unidades de Conservação na área, sendo que, em 2007, entrou na fase de elaboração do plano de manejo. "Pela lei do sistema nacional de unidades de conservação, a partir do momento em que as UCs são criadas, se inicia aí um prazo de cinco anos para que se conclua um estudo técnico detalhado sobre a área em questão.

Inclusive, a conclusão dele já se configura como um dos momentos de implementação desse plano de manejo, que prevê turismo, turismo ecológico, pagamento de serviços ambientais, mineração, extração legal de madeira, enfim. Também dentro desse plano, se faz a divisão da área por zonas, e daí resolvemos fazer o estudo em cima do potencial econômico das flotas", detalha o pesquisador. O relatório foi contruído entre janeiro e julho de 2010, é assinado por Veríssimo e ainda por Rodrigo Bandeira, Jakeline Pereira, Reynaldo Quintella (todos do Imazon) e Salo Coslovsky (da Universidade de Nova York, a NYU). Outras entidades, como o Museu Paraense Emílio Goeldi (Mpeg) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) também participaram da elaboração do documento.

http://www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/default.asp?modulo=250&codigo=484445
UC:Floresta

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Faro
  • UC Trombetas
  • UC Paru
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.