Pesquisa indica que incêndio é maior vilão do Parque Nacional do Itatiaia

G1 - http://g1.globo.com/ - 20/09/2016
Em julho deste ano, queimada que durou 2 dias destruiu grande área verde.
Ação propõe mais rigor à punição aos responsáveis quando ato é criminoso.


A flora do Parque Nacional do Itatiaia, no Sul do Rio de Janeiro, é uma das mais ricas do Brasil, mas a cada vez que acontece uma queimada, apenas parte da vegetação consegue se recuperar. Essa é a conclusão de uma pesquisa para propor mais rigor à punição aos responsáveis por esse tipo de crime. Atualmente, a pena para quem coloca fogo em vegetação pode chegar a um ano de prisão.

O primeiro parque nacional do país tem mais de 500 espécies de plantas; 15% delas só existe na reserva de Itatiaia e outros 15% estão ameaçados de extinção. Para agravar a situação, os incêndios florestais são ameaças constantes.

Em 2004, uma queimada destruiu uma área de 600 hectares, o que corresponde a seis campos de futebol. Em 2007, um novo incêndio atingiu 800 hectares; três anos depois, mais 1.100 hectares foram queimados.

A última grande ocorrência aconteceu em julho deste ano e os brigadistas tiveram dificuldade para controlar as chamas. A área consumida ainda não foi divulgada.


Biólogo estuda impacto das queimadas

Há nove anos, o biólogo Izar Aximoff pesquisa o impacto desses incêndios. Segundo ele, a maioria tem início por culpa da ação do homem.

"Em 1963, queimou mais de 10 mil hectares, todo o campo de altitude queimou. Em 1988, todo o campo de altitude queimou de novo, num incêndio que durou mais de 30 dias. Mais de 90 % das ocorrências de fogo são criminosas. O fogo natural ocorre, mas ocorre mais no verão e ele é um pouco raro", explicou o biólogo.

Segundo ele, o foco da pesquisa são as espécies que vivem a partir dos 1.600 metros de altitude. Só 0,5% do estado do Rio tem essa vegetação e metade está dentro do Parque Nacional do Itatiaia. Izar explica que tem plantas que não conseguem se recuperar depois de serem atingidas pelo fogo.

"As espécies que conseguem se regenerar mais rápido passam a falsa impressão de que o ambiente está recuperado por completo. Na verdade, algumas espécies ameaçadas não resistem ao fogo. Então, a gente olha e acha que está tudo verdinho, que está tudo bom, que recuperou, mas de fato não está", esclareceu.

A próxima etapa da pesquisa vai ser tentar reproduzir as plantas que estão mais ameaçadas de extinção. E, principalmente, reforçar a prevenção para que novos incêndios florestais não voltem a acontecer.

"Não é fácil reproduzir uma espécie de campo de altitude, porque a temperatura é muito fria, as condições climáticas são específicas de um ambiente de mais de 2,5 mil metros de altitude. Mas a ideia é isso, pra gente fazer com que, mesmo que ocorram incêndios, essas perdas sejam cada vez menores", disse o biólogo.



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