Para produtores rurais, é possível explorar a floresta amazônica sem derrubá-la

A Crítica - http://acritica.uol.com.br - 18/04/2011
É possível explorar o potencial oferecido pela floresta amazônica sem derrubar ou degradar a vegetação. Também é possível atuar legalmente sem a necessidade das alterações no Código Florestal propostas pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB).

Estes foram alguns dos encaminhamentos propostos por extrativistas, produtores rurais, ribeirinhos, cientistas e integrantes de entidades sociais e ambientalistas durante o Grande Encontro Parintins, realizado no último final de semana. O evento foi realizado em Parintins,a 368,80 quilômetros de Manaus.

A sistematização das propostas está em fase de elaboração para ser apresentada à ministra do meio ambiente, Izabella Teixeira, mas um sumário dos projetos foi divulgado ainda durante o evento.

O documento foi batizado de "O Grito da Floresta - Manifesto por um Código Florestal que proteja as florestas brasileiras".

Manejo

O presidente do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Rubens Gomes, entidade que organizou o evento, disse que duas das principais reivindicações dos extrativistas e produtores rurais que participaram do encontro é a regularização fundiária e a autorização de planos de manejos em áreas de preservação, especialmente Reservas Extrativistas e Unidades de Conservação.

"Sem a regularização fundiária, os produtores rurais não aparecem nas políticas públicas e não são considerados nas cadeias dominiais", disse Gomes.

O plano de manejo para que a floresta se mantenha em pé é o principal instrumento destes produtores rurais. Por meio dele, os produtores e extrativistas terão estratégias de sobrevivência sem derrubar a floresta.

"Eles precisam de capacitação para realizar este manejo. Para que possam explorar e minimizar os impactos. Realizar o processo de corte com os equipamentos corretos e seguir regras ambientais", explicou Gomes.

Sobrevivência

A partir desse mecanismo de sobrevivência na floresta, os produtores também fugirão da miséria sem comprometer o meio ambiente, segundo Gomes.

Daí a ideia dos participantes do Encontro de incluir as propostas no Plano de Erradicação da Pobreza Extrema do governo federal.

"Diferente do manejo, uma ação predatória apenas acaba com a floresta. O manejo é uma atividade que você usa a floresta escolhendo as espécies adultas, que não estão com risco de extinção. Ou seja, há uma seleção. O manejador tem bom senso. O predador derruba tudo", explica Gomes.

Conforme o presidente do GTA, os produtores rurais e extrativistas participantes em Parintins são contrários às propostas apresentadas por Aldo Rebelo.

"O Aldo está pedindo para reduzir área de proteção. É uma proposta de desenvolvimento antiga, onde o produtor simplesmente vai rasgando a floresta", explicou.

Proteção

Uma das propostas apresentadas no Grande Encontro Parintins é a criação de novas (cinco, pelo menos) unidades de conservação na região. A localidade destas áreas ainda nao foi definidas.

Uma delas, contudo, está com o processo tramitando há três anos na Casa Civil: a Reserva Baixo Rio Branco Jauaperi, localizada entre os Estados de Amazonas e de Roraima, próximo ao município de Barcelos.

A coordenadora regional do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (IMBio), Mônia Laura Faria Fernandes, que participou do evento em Parintins, disse que as comunidades à margem do rio Jauaperi vêm como alternativa para o fim da pesca predatória restringir a área.

Segundo ela, na condição de unidade de conservação os conflitos entre os ribeirinhos e pescadores de outras áreas da região deverão diminuir.



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