Macaco-prego tem talento de ancestral humano

O Globo, Sociedade, p. 35 - 20/10/2016
Macaco-prego tem talento de ancestral humano
Espécie no Piauí quebra pedras para produzir fragmentos cortantes

Macacos-prego são capazes de quebrar pedras para fabricar objetos cortantes, assim como ancestrais humanos, revela uma pesquisa publicada ontem por cientistas do Brasil e do Reino Unido, a partir da observação de animais do Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí.
Já se sabia que a espécie utiliza essas ferramentas de pedra para quebrar nozes, do mesmo modo que fazem os chimpanzés. No entanto, os pesquisadores encontraram um espetáculo ainda mais surpreendente: os primatas golpeavam reiteradamente uma pedra contra outra e produziam os fragmentos afiados.
- Observamos o Sapajus libidinosus (macaco-prego, nativo do Nordeste e da região central do Brasil) quando quebra pedras deliberadamente e cria involuntariamente fragmentos que têm várias semelhanças com os produzidos pelos primeiros hominídeos da Idade da Pedra - disse à AFP o pesquisador da Universidade de Oxford, Tomos Proffitt.
ESCOLHA DO MATERIAL Os macacos-prego seriam capazes inclusive de escolher as pedras que vão usar em função da sua composição e forma, preferindo as arredondadas.
- Esta observação é importante, já que os arqueólogos sempre pensaram que a produção de fragmentos de pedra que apresentam rupturas em curva e bordas cortantes era uma exclusividade dos hominídeos - explica Proffitt.
Diferentemente dos nossos ancestrais, porém, os primatas não controlam a utilização dos fragmentos obtidos. Desse modo, "é difícil compreender porque os macacos talham as pedras assim", segundo os pesquisadores - e esta falta de intenção os difere dos hominídeos.

O Globo, 20/10/2016, Sociedade, p. 35

http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/macacos-pregos-tem-habilidade-de-ancestrais-humanos-diz-estudo-20316252
Biodiversidade:Fauna

Related Protected Areas:

  • UC Serra da Capivara
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.