Delação da Odebrecht: João Carlos Bacelar é suspeito de corrupção, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional

G1 - http://g1.globo.com/ - 12/04/2017
Deputado foi citado em dois inquéritos. Segundo ele, acusações não são verdadeiras.



O deputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA) é suspeito de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional, segundo dois inquéritos autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele teria atendido pedidos em prol da MP 558 e para evitar convocações de representantes da empresa Santo Antônio Energia em CPI e também de ter solicitado vantagem indevida à Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR), em 2012, juntamente com o deputado federal Carlos Zarattini e o então deputado federal Cândido Vacarezza.

O deputado declarou que as acusações não são verdadeiras e que ele confia no poder Judiciário.

A investigação do primeiro inquérito tem base as declarações de José de Carvalho Filho e João Antônio Pacífico Ferreira. Filho disse ter recebido pedido de auxílio de Eduardo Melo Pinto, então presidente da Santo Antônio Energia, para que a MP 558, que tratava da alteração dos limites do Parque Nacional da Amazônia, do Parque Nacional dos Campos Amazônicos, do Parque Nacional Mapinguari, da Floresta Nacional de Itaituba I, da Floresta Nacional de Itaituba II, da Floresta Nacional do Crepori e da Área de Proteção Ambiental do Tapajós, não perdesse sua eficácia. Assim, Filho teria pedido ao deputado João Carlos Paolilo Bacelar Filho "um esforço para a MP não caducasse". Segundo o Ministério Público, o deputado já havia atendido a pedidos feitos por Filho anteriormente e cita sua atuação para evitar a convocação de representante da Santo Antônio na Comissão de Fiscalização e Controle, além do repasse de informações sobre as sessões secretas realizadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras.

O deputado teria, ainda, solicitado repasses financeiros para campanha política, para as eleições de 2006, 2010 e 2014. Nesse contexto, teriam sido feitas doações oficiais no valor de R$ 200 mil em 2014. Além disso, em 2006, teria sido pago ao deputado João Bacelar a soma de R$ 50 mil pelo setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.

A investigação do segundo inquérito tem como base as declarações de Marcelo Bahia Odebrecht, Paul Elie Altit e Paulo Ricardo Baqueiro de Melo. João Carlos Bacelar teria solicitado, em 2012, juntamente com o deputado federal Carlos Alberto Rolim Zarattini e o então deputado federal Cândido Vacarreza, vantagem indevida à Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR), em contrapartida pela atuação pela aprovação, pela Previ, de aquisição de torre comercial e de shopping center no empreendimento "Parque da Cidade". Nesse contexto, Guido Mantega teria participado para concretizar o negócio, com lançamento de crédito de R$ 27 milhões para o Partido dos Trabalhadores (PT), sendo que R$ 5 milhões seriam destinados para Zarattini e Cândido Vaccarezza.



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